sábado, 15 de novembro de 2008

É incrível a cobertura jornalística sobre a situação dos transplantes no Rio ou como é fácil cobrir prisão de médico e não apurar.

É incrível a cobertura da situação dos transplantes no Rio de Janeiro.
O "grande problema", agora, é que existem apenas duas equipes de transplante de fígado e se aparecessem dois casos de morte cerebral ficaria difícil atender aos chamados (ver matéria abaixo).

O problema é que quando o Dr. Joaquim e sua equipe eram notificados e corriam para salvar vidas, eles eram perseguidos por, justamente, trabalharem pelo transplante.
O problema é que a Central está sem investimento há muito tempo!
Isso não é novidade e ja havia sido denunciado pelo Dr. Joaquim Ribeiro Filho (ver reportagem Sistema Falho e Carta da Ong "Amigos do Transplante")
O problema não é ter duas "disponibilizações" de uma vez... é a de não conseguir fazer nenhuma (ver A mortalidade aumentou na fila de transplante)

Sobre a falta de investimento na abordagem à família dos doadores (veja o que o Dr. Joaquim já dizia em 05/2008 "Doe Vida") ou "Baseado em dados apurados pela ABTO, na época em que o Dr. Joaquim era coordenador, o Rio chegou a ser o primeiro lugar no tempo de retirada de órgãos para doação e retorno do corpo do doador à família. Na nova coordenadoria da Central esse índice nem sequer foi divulgado."

Isso deixa bem claro como o tratamento dado ao Dr. Joaquim Ribeiro Filho e sua equipe foi de perseguição em seu mais baixo nível. Jornalistas, Ministério Público Federal, Defensoria Pública e Polícia Federal ouvem tudo isso como se fosse a coisa mais normal do mundo. É incrível!

O Bom Dia Rio ajudaria muito a Saúde Pública do Rio de Janeiro se realmente fizesse reportagem.

Vejam:
O programa de TV sequer fala do caso abaixo publicado apenas no jornal O DIA.

Jornal O DIA 01/11/2008 00:49:00
Fim da esperança de doar
Após uma semana, coração de rapaz com morte encefálica pára e órgãos não podem ser aproveitados
(Pela central de transplantes o problema não é de transporte)

Veja, agora, a "entrevista" com a atual coordenadora da Central de Transplantes no RJTV:
Sistema de captação de órgãos precisa de investimento
O Bom Dia Rio conversou com a Helen Miyamoto, coordenadora da Central de Transplantes do Estado do Rio sobre o assunto (12/11/2008).

Bom Dia Rio- Porque o número de doadores é tão pequeno? Depois do caso da menina Eloá em São Paulo , depois que a família resolveu doar seus órgãos houve crescimento de 34% na doação de órgãos. Seria o caso de abordar mais o assunto e fazer mais campanhas para a doação?

Helen Miyamoto- Todo encaminhamento que se faz com relação doação é estritamente voltado para a sociedade para conscientização e solidariedade. O processo de dá num momento muito difícil da perda de alguém muito querido que está numa fase de morte encefálica e que tem a possibilidade de fazer a doação de órgãos.Nesse momento abordagem do médico é essencial. (Ver: Carta de Rejane Alves e A gestão do Dr. Joaquim Ribeiro na Central de Transplantes)

É importante treinar equipes para abordar mais familiares nos hospitais nessa hora?

Isso é essencial, temos a problemática do transplante, o processo é bastante complexo que reflete um pouco da situação que vivemos. A situação da atuação está ainda em processo de organização porque embora tenhamos condições dentro dos hospitais, às normas que são obrigatórias não foram implementadas de forma eficiente e não conseguimos que a abordagem seja adequada para o potencial doador. (ver: Carta da Ong Amigos do Transplante)

O problema também está na captação dos órgãos. Muitas vezes não há quem retire os órgãos em boas condições para ser transplantado?

O transporte é um dos menores problemas porque temos acordo com as companhias áreas, o Ministério da Saúde tem esses acordos. O grande problema é o número restrito de equipes. No caso do fígado temos duas apenas equipes diferentes. No caso de termos duas ‘disponibilizações’ ao sendo feitas ao mesmo tempo fica difícil para atender. (ver: Fim da esperança de doar)

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