Senhores,
o intuito de meu e-mail é relatar um fato absurdo que aconteceu com meu cunhado MARCOS GUIMARAES CRUZ, 39 anos, completamente saudável, nunca bebeu, nunca fumou. Todavia, foi vítima de um tombo, sendo hospitalizado no Hospital Souza Aguiar durante todo o mês de outubro/2008, vindo a falecer no dia 02/11/2008.
Desde o dia que meu cunhado deu entrada no Hospital, os médicos, apesar de atenciosos, não nos deram muitas esperanças, pois, segundo eles, ele teria chegado no hospital em estado de "quase morte cerebral". Após várias tentativas, infelizmente sem sucesso, como dito anteriormente, ele feio a falecer.
O intuito de meu contato é para registrar que apesar do longo período internado na UTI, JAMAIS o hospital tentou qualquer contato com a esposa dele para saber de sua opinião quanto a possibilidade de doação de órgãos. Registre-se que os 3 irmãos mais a esposa se alternavam diariamente nas visitas, JAMAIS tendo sido abordados sobre o assunto DOAÇÃO. Porém, os absurdos não pararam por aí.
Somente ligaram para a esposa no dia do falecimento às 10:00 horas da manhã, sendo certo que o irmão dele percorreu todo o hospital tentando doar pelo menos as córneas. Todavia, um empregado que não quis se identificar lhe informou "que não adiantava", "que os médicos iam dizer que não dava mais tempo", "que a doação implica em uma cirurgia e não tem médico pra isso". Absurdo!
Mais absurdo foi saber, no dia seguinte, através de uma entrevista dada a Radio CBN pelo Diretor do ITO - Instituto de Traumato Ortopedia acerca da doação de ossos, que pode ser feita muitas horas após o óbito. Ou seja, é completo o descaso do Estado quando o assunto é doação de órgãos.
Agora vejo o quanto hipócritas são as campanhas veiculadas em TVs e radios solicitando a colaboração da sociedade. Trata-se de uma deslavada mentira!
Fico sem entender a atitude da imprensa, do Estado Juiz para com o Dr. Joaquim Ribeiro, que nada mais fez que cumprir a tarefa que cabia ao Estado.
Nós, da família de Marcos Guimarães Cruz, com certeza, se tivéssemos sabido da morte dele com mais antecedência teríamos chamado a imprensa, teríamos ido ao ITO para fazer a nossa parte como cidadãos. Com certeza não iríamos nos preocupar com a ordem da lista de necessitados de transplante e sim fazer tudo para que os órgãos de um homem jovem e totalmente saudável e que sempre foi a favor da doação, não fossem literalmente jogados fora. Acho que antes de o Estado Juiz perseguir um cidadão que cumpre com seu dever de salvar vidas deveria punir o Estado, que é pago para salvaguardar os direitos de todos nós.
No mais, só me resta desejar boa sorte ao Dr. Joaquim Ribeiro.
Rejane Alves
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Até quando isso vai acontecer?
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