Vejam estas duas declarações.
Segundo a Defensoria Pública, a Câmara Técnica só se reuniu uma vez desde 2006 (sugere até que as reuniões deveriam ser "mensais ou bimensais"), mas segundo a nova coordenadora da Central de Transplantes [ver erro administrativo?], Hellen Myamoto, a avaliação do órgão para o transplante deveria passar pela Câmara Técnica [que segundo a Defensoria só se reuniu uma vez desde 2006?!].
Com essa "assiduidade" e "agilidade" da Câmara Técnica - na atual gestão do Rio Transplante - seria possível fazer algum transplante no Rio? Nesse ritmo, quantos fígados a mais irão para o lixo?
Mas quem é o responsável pela convocação da "suposta" Câmara Técnica? O Dr. Joaquim Ribeiro e sua equipe? Óbvio que não!
Cabe à Câmara zelar, também, pela correta e freqüente atualização da lista? [ver erro administrativo?]
Declaração I:
Para a superintendente de Atenção Especializada em Gestão de Tecnologia da Secretaria Estadual da Saúde do Rio, Hellen Myamoto, a equipe de Ribeiro Filho burlou a legislação. Ela afirma que a Câmara Técnica está em condições de dar seus pareceres em tempo hábil para que o fígado possa ser transplantado. "A equipe (médica) não tem autonomia, o paciente tem de estar na lista e a Câmara tem de dar parecer favorável."
Instituída em 2006, até hoje a Câmara Técnica não foi acionada: "As operações do doutor Joaquim com fígados marginais ocorreram à revelia da central de transplantes", diz ela.
Questionada sobre o motivo da instituição da Câmara Técnica, Myamoto disse que todo processo de captação e doação é normatizado pelo Ministério da Saúde e que a burocracia e o critério de priorização, definido pelo índice de Meld, são nacionais.
"A decisão tem de ser técnica, a equipe não pode ter autonomia, porque senão acontece isso que está acontecendo", afirma.
Esquema denunciado
Não há lei sobre órgão de "2ª linha"
Esquema denunciado pela PF no Rio teria aproveitado brecha para manipular fila; em SP, regra impede burla
O Estado de S. Paulo desta segunda-feira (18/8/2008)
Declaração II:
O defensor público da União afirmou, ainda, que o Hospital do Fundão possui boa estrutura. A equipe que visitou a unidade elaborou uma lista de cinco tópicos com medidas a serem estudadas para melhorar a realização dos transplantes de fígado no Rio. São elas:
1) A chamada lista única de candidatos à cirurgia precisa de uma revisão. Primeiro, a lista seguia a ordem cronológica da inscrição. Depois, passou a usar o critério da gravidade da doença. De acordo com a Defensoria, pode haver duplicidade de nomes. O defensor considera importante garantir que o novo critério seja aplicado a todos.
2) A Câmara Técnica só se reuniu uma vez desde julho de 2006, de acordo com Ordacgy. O defensor afirma que os encontros deveriam ser mensais ou bimensais.
3) A Defensoria defende a criação de novos pólos de atendimento. Especialistas ouvidos por defensores afirmaram que, além do HGB, os hospitais de Servidores do Estado, o Universitário Pedro Ernesto e a Santa Casa de Misericórdia têm especialistas na área.
4) A captação do órgão deve ser melhorada.
- Não basta a decisão do doador, a família é quem decide. Por isso, campanhas educativas e de divulgação do transplante devem ser realizadas. Após a operação da Polícia Federal, as doações reduziram pela metade, caindo de quatro fígados para dois, no mês passado - disse Ordacgy.
5) A Defensoria espera que a fiscalização da fila de candidatos ao transplante seja mais transparente e rigorosa. Para tanto, os nomes deveriam ser publicados na internet, de acordo com o defensor.
Defensoria Pública da União faz vistoria no Hospital do Fundão
Por Globo Online - RJ
06 de agosto de 2008
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