sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Marina Souza de Azevedo Silva - Paciente (Macaé)

Ao Ministério Público Federal e ao Cremerj ( Conselho Regional de Medicina)

Escrevo-lhes essas palavras porque além da minha indignação, estou tremendamente mal com esses noticiários e fatos reais ao qual estão sendo submetidos a equipe médica de Transplante de Fígado do professor e Dr.Joaquim Ribeiro Filho do Hospital Clementino Fraga Filho ( Fundão ).

Peço-lhes a vossa excelência que analizem bem essa minha história da vida real. Sou transplantada de fígado à 10 anos e 8 meses pela equipe do Dr.Joaquim Ribeiro Filho, sou uma pessoa humilde e não tive condições financeiras que pudesse "arcar" com uma cirurgia. Ninguém da equipe e nem de lugar nenhum me pediu dinheiro para isso; e foram eles que "arcaram" com todos os procedimentos para que eu Marina Souza de Azevedo Silva pudesse voltar a vida, pois eu já estava nas últimas, com cirrose e hepatite auto-imune com crise de insofalopativa aguda.

Já não andava direito e já estava muito magra e mais umas séries de complicações na minha saúde. Fui criada no interior, moradora de Macaé ( RJ ) sem condições financeiras para conseguir viver numas das minhas crises de hemorragia digestiva, onde eu perdia muito sangue, fui parar no hospital Souza Aguiar onde conheci um dos médicos do fundão ( gastro ) que em após 22 dias de internação me encaminhou para a equipe de transplante do Dr. Joaquim Ribeiro Filho ( no Fundão ).

Tive várias crises e cada vez mais perdia sangue e ficava mais debilitada à minha saúde; como já havia dito antes de pois de várias internações no Fundão eu fui escrita para na fila do transplante de fígado, aí começou ainda mais as minhas dificuldades, como ter que fazer outros exames mais específicos fora da unidade hospitalar, porque no hospital não tinha como fazê-los.

A equipe do Dr. Joaquim Ribeiro Filho se reuniram e começaram a pagar dos próprios bolsos os meus exames no laboratório de lâmina, e pagaram também as passagens da minha mãe para que ela fosse no hospital; onde me acompanhava internada na Ilha do Governador no laboratório levar o meu material como sangue ; urina; etc, para fazer os exames.

Fiquei quase um ano e meio nesta agonia, depois que eu sai do hospital, fui para casa onde morava de favor no Largo do Bicão (RJ) mais tinha que ir ao hospital toda semana, no ambulatório, em companhia da minha mãe, que quando via o Dr. Joaquim chegar na porta do seu consultório corria, e no desespero de ver eu sua filha, agarrava o médico implorando por uma cirurgia, e ele muito amável dizia:-
- Dona Milana paciência, sua filha está nas mãos de Deus, temos que agardar a vez dela na fila; não podemos passá-la na frente de ninguém, tem vários paciêntes na mesma situação dela em que se refere à saúde.

E eu cada vez pior. No dia 7 de setembro de 1997 eu perdi minha mãe que morreu de A.V.C ( hemorrágico ) e não viu o meu transplante. Ela morreu preocupada comigo, pensando que eu não iria viver por muito tempo, ela estava muito cançada de tantas idas e voltas ( Macaé x Rio ).

Em 18 de janeiro de 1998 eu fui chamada para o transplante de fígado (mais tinha uma pedra no meu caminho de transplante, teria que ser feito em uma clínica particular onde aceitava plano de saúde, só que eu não tinha outro meio de ser operada; então achei que seria o fim da minha vida, aí veio a solução que ninguém da minha família esperava, a equipe de transplante do Dr. Joaquim Ribeiro Filho fizeram uma espécie de "vaquinha", juntando uma fonte financeira para cobrir os gastos que a clínica São Vicente; na Gávea , viesse a ter com os exames.

Fui levada para a clínica e, foi feito o meu transplante hepático, eu fiquei 3 meses e meio. Tive complicações e eles cobriram as despesas como : hospedagem ; exames diversos de alta resolução; alimentação da minha filha Aline que na época tinha apenas 15 anos, que me acompanhou durante 2 meses que fiquei na CTI ; remédios que vinham de Portugal e que não tinha no Brasil e mais a dosagem do remédio que eu tomava , que eram pagos por eles que a empresa da aviação TAM levava para São Paulo.

-Meu Deus como podem acusar um médico e toda a sua equipe de fraude? As pessoas ficam desesperadas quando tem alguém que amam na família doente ; elas não tem tempo de pensar em fila e em outras pessoas, elas ficam tão desesperadas que fogem da sua mente, e a gravidade está prejudicando outros paciêntes, só quem passa esse tipo de problema é que sabe a dor infinita que sente.

Após os meses que fiquei na Clínica São Vicente da Gávea, fui para casa de uma tia em Realengo, pois eu não tinha mais como me sustentar, sem pai e sem mãe; sem casa pra morar fui levada por um carro do enfermeiro chefe do CTI da Clínica São Vicente com todos os medicamentos vindo da equipe médica do Dr. Joaquim Ribeiro Filho; remédios caros, que se eu não usa-se morreria.

A equipe do Dr. Joaquim Ribeiro é quem pagava a minha ida e volta de taxi para as consultas ambutárias por transplante hepático de Realengo para o Clementino Fraga Filho; a unidade do hospital me sedeu cestas básicas, durante 3 anos e tudo isso para que eu vivesse e fosse feliz com saúde; e agora vejo toda a equipe do Dr. Joaquim Ribeiro se desentendendo, e 4 deles formaram outra equipe do HGB( Hospital Geral de Bonsucesso).

Pelo amor de Deus; exelência, o meu médico vem sendo vítima de perseguição política; e toda a equipe do fundão até hoje cuidam de todos os pacientes com muito amor e dedicação. Como nunca foi visto por mim, aqui no Brasil, Dr. Joaquim, Drª. Samanta ,e outros da equipe, eles são a minha vida, para mim está sendo muito difícil ver eles passando por esses constrangimentos.

Dr. Joaquim Ribeiro Filho um Cirurgião de grande "porte" e amigo, sendo levado pela polícia federal de sua própria casa daquela forma; ele não é um bandido, é um médico que estudou para salvar vidas. Como pode as notícias más virem a tóna? e as notícias boas não contam?Essa nunca ninguém fez questão de levar para a mídia sabe porquê? Porque ser uma pessoa de bom coração nunca merece destaque.

Por favor, pelo amor de Deus , reconsiderem a situação, eu acredito muito em Deus, e acredito que se ouve realmente dinheiro envolvido nessa situação; esse seria talvez despesas com a clínica e exames diários, pós- transplante, afinal lá é uma clínica particular e concerteza tem suas despesas que não são poucas ; na época em que eu operei fiquei sabendo que nas minhas condições de saúde pós-transplante em dia de CTZ custava R$ 10.000,00 ( dez mil reais ) eu fiquei 2 meses e meio na CTI, quanto eu teria que pagar? fora os quartos ocupados , os remédios, os exames, os gastos com alimentação minha, a estadia, e a alimentação da minha acompanhante.Foi a equipe do Dr. Joaquim Ribeiro Filho que pagou todas as minhas despesas, e não é só eu; sei de outros pacientes que eles também ajudaram.

Me ajudam a viver por mais de 10 anos sem eles na medicina eu morreria de angústia, depressão e tristeza, é o que está acontecendo comigo, e que o hospital Clementino Fraga Filho funcione no transplante hepático como sempre funcionou. E se aconteceu algo de verdadeiro nisso, revertam essas notícias, pro bem; que eles paguem de outra maneira, salvando vidas que é o que eles sabem fazer melhor.

Meu nome é Marina Souza de Azevedo Silva
Moro em Macaé ( RJ ), sou transplantada de fígado à 10 anos e que estava muito feliz antes de ver o meu médico nesse equivoco, agora, sou apenas tristeza.
Esse é o meu desabafo.

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