Relatório da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, na edição comemorativa dos 10 anos, de 1995 a 2004, informa a realização de 32534 transplantes de órgãos no país, sendo 4 712 transplantes de fígado (14%). A região sudeste foi responsável por 3175 transplantes de fígado (67,4%), a região Sul 1268 (26,9%), Nordeste 259 (5,5 %) e a região coentro-Oeste apenas 10 transplantes de fígado (0,2%). O Estado de São Paulo contribuiu com 2503 transplantes de fígado (53,1%), distribuídos em mais de 25 equipes, seguido do Estado de Rio Grande do Sul com 706 (15%), Paraná com 520 (11,2%), Rio de Janeiro com 360 (11,3%), Minas Gerais 312 (6,6%), Pernambuco com 140 (3%), Ceará com 89 (1,9%), Santa Catarina (0,7%) e Bahia com 25 (0,5%).
No Rio de Janeiro, a equipe do Dr. Joaquim Ribeiro Filho realizou até o ano de 2004, 218 transplantes de fígado do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, 1ª equipe, com 61% do total de transplantes no Estado, e mais 25 transplantes na Clínica São Vicente. O Estado do Rio de Janeiro dispõe de apenas 3 equipes para transplante de fígado, duas no Município do Rio de Janeiro (HUCFF e HGB) e uma em Itaperuna, este último com 8 transplantes realizados. A equipe do Hospital Geral de Bonsucesso (HGB) realizou no período 98 transplantes no HGB e 11 na Clínica São Vicente da Gávea, segundo o mesmo relatório (ver o relatório).
No Estado do Rio de Janeiro morrem anualmente 500 pessoas vítimas de câncer de fígado e mais de 1000 por cirrose hepática, segundo Ministério da Saúde (DATASUS).
A quem interessa acabar com o transplante de fígado no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho e impedir que o Dr. Joaquim Ribeiro Filho, o mais capacitado e experiente cirurgião do Rio de Janeiro, especializado em transplante hepático, possa contribuir para salvar vidas e diminuir a fila da morte, desorganizada e desatualizada?
Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2007, aguardavam na fila para transplante de fígado no Rio de Janeiro 1140 pessoas. Em 2008, havia 1057 na fila, mas descobriram que 117 estavam mortos, após recadastramento (registre-se que a responsabilidade pelo cadastramento e atualização da fila é da Coordenação Estadual de Transplantes). Quantos mais morrerão na fila para que o Ministério da Saúde, Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro e o Ministério Público Federal apurem de forma consistente e imparcial a responsabilidade pela desorganização e não atualização da fila dos pacientes?
A portaria nº 1.1160/GM, de 29 de maio de 2006, que modificou os critérios de distribuição de fígado de doadores cadáveres para transplante, instituindo o critério de gravidade de estado clínico do paciente, estabeleceu que os exames laboratoriais deverão ser renovados para o cálculo do MELD/PELD*, nos prazos que variam de 48 horas a 30 dias, segundo a gravidade do doente.
Dois pacientes já morreram depois da reorganização da fila.
Como pode ser vista a atualização da fila deve ser constante e não estar a serviço da pirotecnia montada para a imprensa (ver: O diagnóstico que a mídia não faz) .
Agora, os jornais se lembrarão de fiscalizar a sua atualização constante.
Que compromisso os jornais têm com o transplante no Rio?
Veja como é classificado o paciente na fila
Para candidatos a receptor com idade igual ou superior a 12 anos - MELD;
Pontuação a ser considerada = (cálculo do MELD x 1.000) + (0,33 x número de dias em lista de espera (data atual - data de inscrição em lista, em dias));
Para candidatos a receptor com idade menor de 12 anos - PELD;
Pontuação a ser considerada = (cálculo do PELD x 1.000) + (0,33 x número de dias em lista de espera data atual - data de inscrição em lista, em dias).
O valor do PELD será multiplicado por três para efeito de harmonização com os valores MELD, pois a lista é única, tanto para crianças quanto para adultos. Este valor de PELD se chamará “PELD ajustado”.
Veja como é o cálculo do MELD/PELD.
Fórmula do MELD
MELD = 0,957 x Loge (creatinina mg/dl)
+ 0,378 x Loge (bilirrubina mg/dl)
+ 1,120 x Loge (INR)
+ 0,643
x 10 e arredondar para valor inteiro
Fórmula do PELD
PELD = 0,480 x Loge (bilirrubina mg/dl)
+ 1,857 x Loge (INR)
- 0,687 x Loge (albumina mg/dl)
+ 0,436 se o paciente tiver até 24 meses de vida
+ 0,667 se o paciente tiver déficit de crescimento menor - 2
x 10
Veja a queda no número de transplantes hepáticos no Rio de Janeiro
domingo, 14 de setembro de 2008
A quem interessa acabar com transplante no HUCFF- UFRJ?
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