Esse é o e-mail de Iara, irmã do Dr. Eduardo Fernandes. Somente agora sentimos segurança para publicá-lo, em virtude das restrições impostas ao Dr. Joaquim Ribeiro Filho no contato com alguém de sua equipe.
10/08/2008
Meu nome é Iara, sou médica e irmã do Dr Eduardo Fernandes, membro da equipe do Dr Joaquim.
Nessas últimas semanas minha família vive com a indignação de tais denúncias.
Meu irmão teve seu apartamento invadido pela polícia federal no meio da madrugada. Eles tinham um mandato, sim. Mas ainda assim considero uma invasão.
E ao mesmo tempo a residência de outros médicos da equipe também receberam a "visita" da PF. E na residência do Dr Joaquim o resultado foi sua prisao.
E a mídia estava lá, pronta para captar e exibir sua imagem nessa humilhante situação. Um profissional de sua capacidade e sabedoria, exposto dessa forma, entitulado pela mídia como "bandido", "chefe de quadrilha".
Alguém que os atacou será que sabe alguma coisa sobre transplantes? Porque eu passo horas conversando com meu irmão, para entender um pouco sobre isso. Isso porque sou médica e há anos acompanho sua rotina. O que sabe um leigo sobre isso???? E que espaço a mídia deu para que eles pudessem explicar algo???
Nós aprendemos a conviver com a ausência do Dudu - assim o chamamos desde pequeno - porque sua vida é a dedicaçao aos transplantes. Aprendemos a respeitar sua escolha. Ficamos sofrendo ansiosos cada vez que ele sai de madrugada, por lugares perigosos, em transportes nem sempre confiáveis. Mas essa é sua paixão.
E hoje nos perguntamos: pra quê? qual é o reconhecimento?
Minha família hoje espera isso tudo se resolver. E queremos que ele continue operando, brilhantemente como sempre fez. Mas não o queremos mais como transplantador. Ele vai perder sim... vai perder a realização que tinha em fazer isso. Mas o sistema irá perder muito mais. Vai perder uma pessoa que trabalha com amor pelo que faz, sem barreiras.
E no meio desse cao que se tornou nossas vidas, continuamos com a certeza de que em breve tudo estará resolvido, esclarecido.
E ao Dr Joaquim - pessoa que consideramos excepcional e que contagiou meu irmão com o fascínio pelo transplante - esperamos que consiga um dia esquecer toda essa humilhação. Sabemos de sua competência e profissionalismo. Sabemos de sua dedicação sem limites. Sabemos de sua luta para combater os fracassos do sistema. Mas seu brilhantismo e engajamento incomodou algumas pessoas, que agora tentam silenciá-lo.
Vamos esperar que a justiça seja feita...
Iara de Souza Fernandes Soubhia Nunes
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