A luta de Lilia Borges (paciente da equipe do Dr. Joaquim)
Sexta-feira, 07 de novembro de 2008 - 22h49
Brasil: Jovem luta na Justiça para realizar exame no Rio de Janeiro
[a matéria foi desativada no site da Band]
Depois de esperar por mais de um ano por um transplante de fígado, uma jovem do Rio de Janeiro luta agora na Justiça para realizar um exame. O procedimento é necessário para descobrir se ela tem um novo câncer, mas o hospital não tem material para fazer o diagnóstico. Veja na reportagem de Aurora Bello
Veja ainda o absurdo dessa cobertura desinformada e deformada do setor dos transplantes. O médico acusado de "participação em um esquema" é um dos responsáveis pelo salvamento de vidas de pessoas desesperadas e maltratadas pelo descaso do poder público. A "celebração da vida" e a "emoção passo a passo" dependeram do doador e da equipe que foi linchada por jornalistas sensacionalistas e desinformados.
01/08/2008 01:13:00
Jornal O DIA
Celebração à vida no encontro com a mãe de um ‘anjo’
Moça que só tinha 6 meses de vida e foi salva por transplante de fígado recebe família do doador, bombeiro que sofreu acidente
André Bernardo e Pâmela Oliveira
Foto: Paulo Araújo / Agência O DIARio - O olhar cansado e triste de Enedir Bento Freitas, 60 anos, que perdeu o filho mais velho num acidente de moto há 20 dias, deu lugar à ternura e ao carinho, ontem, durante encontro com uma desconhecida. Com uma máscara, necessária para impedir contaminações, Lilia de Souza Borges, 23 anos, contrariou a recomendação médica e deu um longo abraço na mulher que nunca tinha visto, mas que lhe deu a chance de uma nova vida. Lilia, que esperava por um transplante de fígado há mais de um ano e chegou a rezar para morrer devido a fortes dores, recebeu o órgão doado pelo filho de Enedir, o bombeiro Paulo Henrique Bento de Freitas.
Veja vídeo do reencontro emocionante
O encontro reforçou a importância da solidariedade, em meio ao escândalo revelado quarta-feira pela Operação Fura-Fila, da Polícia Federal (PF). Segundo denúncia do Ministério Público Federal, o médico do Hospital do Fundão Joaquim Ribeiro Filho, que foi preso, liderava grupo que desviaria fígados. Os órgãos eram implantados em pacientes que pagavam pelas cirurgias, e os doentes que ocupavam o primeiro lugar na fila de transplantes eram prejudicados. [É TANTA DESINFORMAÇÃO: A CIRURGIA TÃO ELOGIADA NESTA REPORTAGEM FOI FEITA JUSTAMENTE PELA EQUIPE DO DR. JOAQUIM RIBEIRO FILHO - DO QUAL LILIA ERA PACIENTE. ELA FOI VÍTIMA DE UMA SÉRIE DE DESCASOS DO PODER PÚBLICO E ISSO É O QUE DEVERIA SER INVESTIGADO]
“Sem um novo fígado eu não tinha 6 meses de vida. Os meus sonhos estavam interrompidos. Parei de estudar, de trabalhar, de fazer planos. A doação me devolveu os sonhos, me deu a vida”, disse Lilia, que não dormiu pensando no encontro.
Sem conter a emoção, Enedir segurava forte a mão de Lilia, depois de dar o abraço pelo qual esperava desde que soube que a jovem, operada dia 12, tinha recebido alta. “Rezei tanto por você. Torci tanto pela sua recuperação. Muito bom saber que dentro de você vive um pedacinho do meu filho. Te conhecer me deu um alívio no peito. Desfez um nó que eu sentia, que me apertava o peito. Tenho certeza que ele está nos vendo”, disse a mãe de Paulo Henrique, 39, o Riquinho, como era chamado pela família e amigos.
Irmã de Paulo, Renata Bento de Freitas, 28, disse que só agora entende o significado da doação. “Eu estava muito triste, não aceitava a morte. Tinha quase desistido da vida. Mas saio daqui feliz porque meu irmão, que sempre voltava para casa feliz, contando que salvara uma vida, pôde salvar mais três”, disse, acrescentando que os rins também foram doados.
Poucos minutos bastaram para que as famílias descobrissem afinidades. “Meu filho estudava Direito e Lilia quer fazer o mesmo curso. Ganhei uma filha querida”, disse Enedir.
EMOÇÃO PASSO A PASSO
Marcado para às 15 horas, o encontro entre Enedir e Lilia teve longa preparação. Enedir, que desde o enterro do filho não tinha voltado à casa onde morava com Paulo Henrique e Renata, em São Gonçalo, pegou fotos do filho, para que Lilia visse, e matou um pouco da saudade revendo suas fardas. Amparada pela filha e pela irmã Lucimar, a mãe do doador saiu de casa, às 14h, já sem conter o choro, que segundo ela estava preso há dias. Ao chegar no prédio de Lilia, na Tijuca, o porteiro Marcelo pergunta se Enedir está passando mal e oferece ajuda. Ao saber que ela é mãe do doador, abre um sorriso. Na hora do encontro, o abraço é imediato. Na saída do prédio, Marcelo comenta a mudança no rosto de Enedir.
PACIENTES FAZEM ATO EM APOIO AO MÉDICO
(O GLOBO ONLINE)
Transplantada há pouco mais de um mês, antes da prisão do médico Joaquim Ribeiro Filho, Lilia Borges, de 23 anos, diz que hoje sente falta do tratamento dispensado à ela pela equipe médica que a atendia antes. Ainda em processo de recuperação, ela disse que o Joaquim Ribeiro Filho sempre foi um ótimo profissional, dedicado e nunca pediu dinheiro aos pacientes.
- Depois de tudo isso os médicos do hospital ficaram desorientados. Eles salvam vidas e estão sendo tratados com marginais - disse
In Memorium
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