domingo, 7 de setembro de 2008

Como errar e continuar errando ou como ser inconseqüente com a vida alheia!

1. Veja o que a Revista Época diz na matéria abaixo sobre o Dr. Joaquim Ribeiro Filho:
"Qualquer que seja o resultado do julgamento..."?
Como assim: a Revista julgou-o, criminosamente, acusando-o em sua matéria de "o cirurgião fura-fila" em 04/08!
A Revista Época cometeu um crime! Não é somente o sistema de transplantes que tem um problema grave. O jornalismo da Revista Época e seus seguidores também.

2. As insinuações continuam e não têm nada a ver com o motivo de sua prisão. Ele foi preso por "supostamente" oferecer obstrução ao trabalho de investigação. Isto foi derrubado de forma clara pelo Tribunal Regional Federal que julgou o habeas corpus a seu favor por 3 X 0. Nem sequer precisou chegar ao STF. Foi um ato de violência e arbítrio sem limites!!!!
A quem interessava a confusão generalizada sobre isso?! Essa pergunta vai para: jornalistas, Central de Transplantes, Secretaria de Saúde do Rio, Ministério da Saúde (SNT), Polícia Federal e Ministério Público Federal? Qual será a ação movida contra os responsáveis por isso? Quanto tempo vai demorar para isso ocorrer? Estamos contando os dias e vamos publicá-los(4).

3. O Jornal da Record de 03/09 fala da reorganização e "transparência" da nova fila que pode ser consultada pela internet, mas termina a reportagem com essa observação: ".. a fila foi reorganizada pela gravidade do paciente e não pelo tempo de inscrição"!!!!
Mas, meu Deus do Céu(!), desde 2006 o critério de gravidade foi estabelecido (MELD e PELD) na portaria 1.160 do Ministério da Saúde.

"São 650 pessoas que poderão acompanhar, a partir de agora, a evolução da fila pela internet..."
E o que se fala dos mais de 100 pacientes mortos que constavam na fila antiga?
Quem é o responsável por uma situação como essa? A Central de Transplantes, a Secretaria de Saúde do Rio, o coordenador do SNT?
E o que se fala das 200 pessoas que não fizeram os exames? Quem são elas? Estão doentes demais para se recadastrar? Será que alguém se lembrou de perguntar por elas?

4. Na Record, a irmã de um "suposto" paciente teria dito que o médico pediu 150 mil para o transplante de seu irmão?
E se os repórteres descobrissem (como se isso fosse possível com o tipo de jornalismo feito nesses jornais) que esse "suposto" paciente nem sequer estava na lista de transplantes do Rio ?
Ora, se uma pessoa que nem está na lista de transplantes faz uma acusação contra o médico e o Ministério Público Federal e a Polícia Federal não se dão nem ao trabalho de verificar a situação de quem partiu a denúncia (apressando-se a divulagá-la para uma imprensa sedenta de sensacionalismo)... o que está acontecendo com a nossa sociedade????? Com as nossas instituições republicanas??? Com a cidadania??? Com o nosso Estado democrático de Direito? A quem cabe zelar por ele?
Um depoimento que vai na contramão das dezenas e dezenas de depoimentos apontando a honestidade e seriedade do médico!!!!! Lembremos: nenhum deles publicado nas reportagens?! Há algo de muito sério acontecendo no Rio...

5. A Revista Época omitiu o nome do Dr. Joaquim Ribeiro Filho da reportagem que tratava do caso do bebê Arthur (1) (2). E foi justamente ele a pessoa que fez de tudo para salvar o bebê. Uma história que um dia poderá ser contada um pouco melhor do que foi feita.
Por que a revista Época se comportou assim? Observando o texto da reportagem, temos uma hipótese. A "tese", o "viés", o "enquadramento", o "ângulo" da reportagem é muito claro: diante das "dificuldades" apresentadas pelos três casos da matéria anterior, ele é acusado de "vender facilidades". Tudo muito, tendenciosamente, "didático".

6. Em 30 dias,os pacientes que depõe a seu favor não foram ouvidos em nenhuma reportagem (3). O lugar dos poucos que conseguiram foi um espaço nas cartas ao leitor...

7. A revista Época associa "o caso" do Dr. Joaquim Ribeiro Filho a uma paciente do Dante Pazanese de São Paulo? Agora, a Época quer que a opinião pública também julgue o Dr. Joaquim pelos problemas de saúde pública do Estado de São Paulo? Por que ela omite os esforços do médico na Central de Transplantes do Rio de 2003 a 2006? Por que elas são "do bem"?!
Quando Dr Joaquim assumiu, em 2003, a Central de Transplantes estava sem doações há 50 dias.
Houve melhora na captação de órgãos, que colocou o Rio acima da média em captação no Brasil
No final de sua gestão, houve momentos em que o Rio ficou em 2º lugar na captação.
O médico investiu nas coordenações intra-hospitalares de transplantes nas instituições onde havia potenciais doadores.
Baseado em dados apurados pela ABTO, O Rio chegou a ser o primeiro lugar no tempo de retirada de órgãos para doação e retorno do corpo do doador à família. Na nova coordenadoria da Central esse índice nem sequer foi divulgado.


8. No caso de Augusto Arraes, os jornalistas deveriam perguntar OBJETIVAMENTE à Polícia Federal, ao Ministério Público Federal, à Central de Transplantes, à Secretaria de Saúde e ao SNT (Ministério da Saúde): COMO DEVERIA SER O PROCEDIMENTO COM AQUELE FÍGADO QUE SALVOU UMA VIDA! RESPOSTA CURTA, OBJETIVA, CLARA!

ELA ESTÁ NA FILA HÁ CINCO ANOS. (Revista Época- 05/09/2008)
"(...)Essa percepção aumentou após a prisão, no fim de julho, do cirurgião Joaquim Ribeiro Filho, de 54 anos, um dos maiores especialistas em transplante de fígado do Brasil. A Polícia Federal o acusou de fraude e favorecimento de pacientes na lista do fígado do Estado do Rio. O método, segundo a investigação, era classificar os órgãos como “marginais” (em condições mais arriscadas para transplante) e oferecê-los a pacientes que não eram os primeiros da fila estadual. A fraude teria sido facilitada porque, durante muitos anos, Ribeiro Filho foi coordenador da Rio Transplante, responsável pela coleta e destinação de órgãos no Estado do Rio de Janeiro – cargo que acumulava com o de chefe de uma equipe de médicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro e de uma clínica particular que faz transplante de fígado.

Ribeiro Filho nega as acusações. Ele se considera vítima de uma conspiração política por ter denunciado a falência da saúde pública no Rio. Na semana passada, ele ganhou habeas corpus e deverá responder ao processo em liberdade. Qualquer que seja o resultado do julgamento, seu caso evidencia um problema grave nas listas de doações do país: é difícil, para os pacientes, entender como as decisões sobre quem deve ou não receber o transplante são tomadas. Mais angustiante é não poder participar ativamente delas."

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