quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Algumas perguntas...

Jornal O DIA 01/11/2008 00:49:00
Fim da esperança de doar

Após uma semana, coração de rapaz com morte encefálica pára e órgãos não podem ser aproveitados

Vejam o que foi dito pela Defensoria Pública em 16/08/2008:
"Ainda que não tenha havido irregularidade criminal, o sistema se mostrou bastante frágil e suscetível a fraudes", disse Ordacgy (...) Segundo ele, as recomendações serão encaminhadas na próxima semana para o Ministério da saúde e para a Secretaria Estadual de Saúde, que terão até o fim de setembro para apresentar soluções. "Se não, poderemos entrar com ações civis públicas", diz o defensor.[André Ordacgy - defensor público da União]. Defensoria pede mudanças no serviço de transplantes do Rio. Folha de S. Paulo 16/08/2008 C4]


Era essa a Central de Transplantes que desqualificava o diagnóstico dos médicos da equipe do Dr. Joaquim? Quantas pessoas pobres foram salvas e eles só se concentravam nos casos que vimos no espetáculo de linchamento midiático?

Era a mesma Central que impedia a realização de transplantes (como o caso da pobre lavadeira da Baixada Fluminense, Jânia Gomes) por sempre questionar o procedimento do Dr. Joaquim Ribeiro?

A mesma Central que disse que os órgãos deveriam passar por avaliação de uma Câmara Técnica da Cental de Transplantes? Se nem conseguem, em uma semana, realizar a retirada dos órgãos de um doador (apesar de toda a vontade e determinação da família em fazer a doação)!!!
Veja o que dizia o Dr. Joaquim Ribeiro Filho em 25/04/2007 (Sistema Falho) e 04/07/2007 sobre a falta de estrutura para transplantes

A Central que tinha na lista de transplantes mais de 100 pessoas mortas e não atualizava os exames (conforme denúncia do Dr. Joaquim)? Algúem parou para perguntar como estão os exames hoje? (ver como calcular o Meld)

Foi baseado nas denúncias dessa Central de Transplantes que se justificou a truculência da Polícia Federal e do Ministério Público Federal contra o médico? O que eles tem a dizer sobre os absurdos que estamos vendo? Eles trabalharam em algum momento com a presunção de inocência? Pois ela pressupõe o contraditório! Era justificada? Por que não se transformou em uma operação verdadeiramente voltada para o esclarecimento de questões que envolvem a situação dos transplantes e dos hospitais no Rio de Janeiro? Qual foi a grande contribuição de um operação truculenta como essa para a Saúde Pública? Quanto custa uma operação policial desse tipo e no que ela resultou de benefício público?

Por que só o jornal O DIA publicou matéria sobre o desperdício de órgãos ? Por que o nome dos responsáveis não são citados? O que ocorreu de fato? Qual foi o resultado da sindicância iniciada contra a ex-coordenadora da Central de Transplantes do Rio no caso de troca de pacientes em transplante de rins?

Que tipo de interrogatórios e escutas foram essas feitas pela Polícia Federal que deixaram tantas lacunas e mostraram, no mínimo, um desconhecimento sobre a situação do transplante (em particular, no Rio de Janeiro)? Por que a ânsia do Ministério Público Federal em prendê-lo se tantas questões importantes para a Saúde Pública do Rio vinham sendo colocadas justamente por aquele que estavam investigando? Será que perderam a noção do que significa mandar prender alguém? (vejam nossos comentários sobre as declarações do procurador e do delegado da PF)

E a preparação do espetáculo midiático, a quem coube?
De quem partiu as denominações calhordas espalhadas pela imprensa?
Quem alimentou o jornalismo hediondo, a falta de contraditório, a sede de sensacionalismo, a omissão de informação, a falta de apuração?
Quem chamou a equipe e o Dr. Joaquim Ribeiro Filho de "quadrilha", suas ações para salvar vidas de "esquema" e de beneficiários de "propinas". Avaliem com cuidado de onde partiram as denúncias e as "novas frentes de investigação" das quais ninguém mais fala.

Qual será a nova "operação" que montarão contra o médico?
Quem são os verdadeiros "fura-filas" nessa história?


Justiça!

Ver: São Paulo e a Câmara Técnica

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