sábado, 27 de março de 2010

Transplante de fígado está parado no Rio. Qual é o "escândalo" Dr. Ordacgy ?

O defensor público Dr. Ordacgy fala que desde o "escandâlo" de 2008 nada foi feito para a melhoria do sistema de transplantes do Rio. [Veja matéria abaixo de O DIA]
A pergunta que fica é: A QUE "ESCÂNDALO" ELE SE REFERE?

1. À inércia do poder público, da Defensoria, do MPF e da PF frente à incapacidade de captação de órgãos realizada pela Central de Transplantes do Rio, denunciada desde 2007 pelo Dr. Joaquim Ribeiro Filho aos meios de comunicação?

2. À inércia do poder público, da Defensoria, do MPF e da PF em apurar os responsáveis pela não atualização dos exames na fila "da vida", que contava com 100 mortos e 200 que não se recadastraram. Denúncia feita em 2007/2008 pelo Dr. Joaquim Ribeiro Filho?

3. À inércia do poder público, da Defensoria, do MPF e da PF e do Ministério da Saúde sobre a falência e o sucateamento do Hospital do Fundão, em que uma paciente esperou meses por uma cintilografia?

4. À inércia do poder público, da Defensoria, do MPF e da PF e do Ministério da Saúde frente a um fígado que seria destinado à lavadeira da Baixada Fluminense, Jânia Gomes, e que foi jogado no lixo?

5. Ao espetáculo de um linchamento midiático confuso, desinformado, mal-intencionado e mentiroso?

Não foi o próprio defensor que constatou que a Câmara Técnica da Central de Transplantes do Rio havia se reunido apenas uma vez desde julho de 2006? Mas a coordenadora da Central não dizia que a Câmara Técnica tinha plenas condições de avaliar o procedimento do Dr. Joaquim? O defensor disse isso em 2008 e só agora em 2010 se manifesta sobre a situação dos transplantes?

Quantas vidas foram perdidas pela inércia do poder público(Secretaria de Saúde do Rio e Ministério da Saúde), da Defensoria, do Ministério Públido Federal e da PF?

Que ação devemos mover contra essas instituiçoes que foram extremamente rápidas para participar do linchamento midiático do Dr. Joaquim Ribeiro Filho? Elas que estavam tão dispostas a falar quando se tratava do médico, silenciaram esse tempo todo. Quanto à coordenadora do SNT, do Ministério da Saúde, Rosana Nothen: por que não se pronuncia como fez ao jornal Último Segundo do IG?

O Dr. Eduardo Rocha, atual coordenador da Central do Rio, diz que o problema é "a pouca quantidade de equipes". Mas ele mesmo diz e a reportagem mostra que uma unidade do Fundão ESTAVA ALAGADA (o HUCFF está um caos) e a unidade do HGB NÃO RECEBIA PELAS CIRURGIAS FORA DO HORÁRIO DE PLANTÃO (como se a doação tivesse de ocorrer por determinação da burocracia)!!!!!

Por que a Central de Transplantes do Rio vem sempre com desculpas desse tipo e ninguém toma providências?!?!

A QUE "ESCÂNDALO" O DR. ORDAGCY ESTÁ SE REFERINDO?

O DIA - online 26/03/2010
Fila por transplante de fígado parada no Rio
Governo não cumpre lei que determina pagamento de horas extras a médicos e eles deixam de fazer cirurgia fora do expediente. Órgão captado dia 16 foi para paciente em Minas Gerais


POR CLARISSA MELLO

Rio - Cláudia Maria Carvalho , 44 anos, luta há dois por um transplante de fígado. A via crucis de Rubem Duque, 68, dura mais tempo. Ele está na fila há cinco anos. Já Marcos Aurélio Rodrigues, 60, há quatro anos aguarda o telefone tocar com a notícia de que chegou a hora da cirurgia. Essa espera será ainda mais longa. Falta de pagamento por parte do Ministério da Saúde fez a equipe de transplante do Hospital Geral de Bonsucesso (HGB) suspender cirurgias fora do horário de plantão: não haverá transplantes aos sábados, domingos, feriados, e nem se o doador aparecer antes ou após o expediente em dias úteis.

Além de lutar contra a doença, os pacientes são vítimas da burocracia federal e de um histórico de má gestão da Central de Transplantes do Estado. Todos os dias, as vidas dessas pessoas se cruzam em uma corrida injusta contra o tempo.

A gota d’ água aconteceu no dia 16 desse mês. Um fígado captado no HGB, que deveria ter sido transplantado na própria unidade, foi para Minas Gerais. As únicas duas equipes que realizam esse tipo de transplante no estado alegaram estar sem condições de fazer a cirurgia. Segundo o presidente da ONG Dohe Fígado, Carlos Cabral, a situação é gravíssima: os transplantes do estado estão praticamente parados.

“Os médicos disseram que só vão fazer transplante no horário de plantão. A gente sabe que o procedimento é complexo, podendo durar mais de 20 horas. A fila da vida parou de andar”, lamentou.

O defensor Público da União André Ordacgy soube da situação por meio da ONG. No dia 18, ele enviou um ofício para o HGB cobrando explicações em até 48 horas. Ainda não houve resposta. “Esses profissionais cansaram de trabalhar de graça. A gente vê que desde o escândalo envolvendo transplantes em 2008 nada foi feito”, afirma.(...)
Estado diz estar tentando melhorar e ministério se cala

Segundo o coordenador da Central de Transplantes da Secretaria de Estado de Saúde, Eduardo Rocha, o fígado foi para Minas Gerais por ordens do Sistema Nacional de Transplantes.

“Entrei em contato com a equipe do Hospital Clementino Fraga Filho (Fundão), e eles disseram que não poderiam fazer a cirurgia pois a unidade estaria alagada. No HGB, a equipe alegou que não tinha condições de trabalhar sem receber. Optei então por telefonar para Brasília e recebi a orientação de enviar para Minas Gerais”, diz.

De acordo com Rocha, desde o fim do ano passado a secretaria está mudando as estruturas da Central e buscando melhorar os serviços para os que aguardam pelo transplante. “Quando a gente começa a mudar, começa a ver furos. A pouca quantidade de equipes para fazer a cirurgia é um deles”.

Até o fechamento dessa edição, o Ministério da Saúde não se pronunciou sobre o descumprimento da lei.

Um comentário:

Anônimo disse...

Luiz Arraes:Meu irmão Augusto Arraes faleceu na sexta feira.Deixou em quem o conheceu uma saudade enorme que só será amenizade pela vida em excesso que deixou ,mesmo além dela.Pelo tempo.Pela fé.
Ganhamos um irmão o Dr.Joaquim Ribeiro.
Ele comentou com um de meus irmãos "Lula é um médico que pesa como eu".O maior elogio que recebi na vida.
Um beijo Joaquim