Ele seria o único responsável pelo absurdo que se transformou o transplante no Rio?
O Ministério descobre que a lista de pacientes da Central de Transplantes do Rio tinha pacientes sem exames, duplicados, mortos ou já transplantados (retiro essa informação da Folha - que embarca na versão do Rio Transplante de que isso também é obra do Fundão) e ninguém é investigado por isso? Garantimos que não é o Dr. Joaquim o responsável pela gestão da lista. Há alguém indicado e com poderes para cuidar disso? Se havia problemas com regularização de exames no Fundão porque o Rio Transplante não fez uso de seu poder para regularizá-lo?
Foi a operação Fura-Fila que detonou essa mudança?
A Folha atribui essa descoberta à operação Fura-Fila. O curioso é que uma denúncia feita pelo Dr. Ribeiro - sobre a não atualização dos dados dos exames da lista de pacientes - foi feita a Sidney Rezende, na rádio CBN na frente do subsecretário jurídico e de corregedoria da Secretaria de Saúde e Defesa Civil, Pedro Henrique de Masi Pinheiro em 1/1/2008. O link acima foi retirado do ar. Veja este de 28/09/2008 a Sidney Rezende: Bate-boa na saúde do Rio. Estamos copiando as matérias pois elas somem da internet.
Ciência e Saúde
Bate-boca na saúde do Rio
Da Redação | Ciência e Saúde | 28/09/2007 16:20
O médico Joaquim Ribeiro Filho, acusado de deixar furar a fila de transplantes para atender a um paciente de um hospital particular, refutou nesta sexta-feira as afirmações da Secretaria Estadual de Saúde. Segundo Joaquim Ribeiro, que coordena uma equipe especializada no hospital Clementino Fraga, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as acusações feitas pela secretaria de Saúde são falsas e seriam uma retaliação às denúncias feitas pelo médico sobre as condições de transplante no estado.
O subsecretário jurídico Pedro Henrique Palheiro relatou, em entrevista a Sidney Rezende, na CBN, a versão dos fatos segundo a secretaria estadual de Saúde. "O que aconteceu foi que o doutor Joaquim (Ribeiro Filho), quando comunicado sobre o fígado disponível, afirmou que coletaria o órgão, e confirmou que seria transplantado na paciente que estava no 1º lugar da fila, o que foi registrado na Central de Transplantes. Mas o que foi verificado posteriormente é que o órgão foi transplantado em outro paciente, em uma clínica particular, a São Vicente", disse o subsecretário jurídico da Secretaria Estadua de Saúde, Pedro Henrique Palheiro, em entrevista a Sidney Rezende, na CBN. "O que questionamos é a irregularidade, porque a paciente que estava na fila é um caso mais grave do que o do paciente que recebeu o transplante, e a ordem judicial a que o médico se refere era válida apenas em Pernambuco, onde foi emitida."
Em resposta às acusações, Joaquim Ribeiro afirmou que a equipe que realizou o transplante estaria cumprindo determinação válida em território nacional, diferentemente do que afirmou o subsecretário. "Além disso, o órgão seria jogado no lixo. Ao invés de ser jogado no lixo, salvou uma vida. Isso tem acontecido em grande escala no nosso país, especialmente no Rio", defendeu-se o médico. "Inclusive, essa ação do subsecretário já foi cassada, porque é inconstitucional, a equipe já foi reintegrada conforme decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), mas ele continua divulgando que estamos suspensos.
Isso é uma retaliação da parte do secretário Sérgio Cortes à minha pessoa, porque estou denunciando a ineficiência e a incapacidade de realização de transplantes de órgãos no Rio de Janeiro".
O subsecretário disse ainda que Joaquim Ribeiro não teria notificado a Central de Transplantes corretamente, e que há um processo administrativo em andamento, com acompanhamento dos Ministérios Públicos do estado e da União. "Mudar as regras dessa forma é muito grave. Se a Central tivesse examinado os pacientes, e tivesse destinado o órgão ao paciente que ele escolheu, seria um procedimento regular. Mas o que não pode é o médico decidir qual paciente receberá o fígado", disse Palheiro. "A administração pública não precisa entrar na parte judicial, ela pode punir o médico envolvido em irregularidades, segundo a lei de transplantes. Podemos descredenciar a equipe, a clínica São Vicente poderá ser multada, e paralelamente isso poderá entrar na esfera criminal, porque é crime".
O subsecretário também questionou o ofício que teria autorizado o transplante no outro paciente. "Diz a decisão que havia risco de vida para o paciente que recebeu o transplante. Mas, independente da decisão judicial, ocorreram irregularidades. A central recebeu apenas um envelope fechado com cópia do ofício por uma pessoa que não é oficial de Justiça."
Porém, de acordo com a versão de Ribeiro, além da ordem judicial, o paciente que recebeu o transplante teria sido encaminhado pela própria coordenadora do Rio Transplante, Ellen Elizabeth Macedo Barroso, autora da denúncia contra a equipe médica. "É uma brincadeira isso. Eles estão dizendo que o paciente não é do Rio de Janeiro, que não estava inscrito, mas é mentira. Não quebrei procedimentos"
Acusações a Sérgio Côrtes
Joaquim Ribeiro afirmou a suposta represália de Sérgio Côrtes foi desencadeada pela denúncia que o médico fez publicamente sobre a situação em que se encontra o sistema de transplantes no Rio. Segundo o médico, Côrtes "destruiu o programa Rio Transplantes. É um absurdo o que tem sido feito. Queriam destruir também o sistema de transplante de órgãos no Fundão. O transplante de rim já está parado há seis meses e, do jeito em que as coisas andam, provavelmente tudo irá parar em breve."
O médico também mencionou o processo nº 2007.001.163501-3 no TJ-RJ, com a decisão de que a equipe seja reintegrada imediatamente, e prevê a multa de R$ 500 para cada dia de afastamento após 26 de setembro, quando foi finalizado, contrariando a afirmação de Palheiro. "Já fomos reintegrados, mas não temos como trabalhar sem condições. Lá não tem sistema, os exames não estão sendo atualizados, ninguém sabe os telefones do Rio Transplante, as coordenadorias inter-hospitalares foram desativadas, nós estamos 10 meses sem reuniões, as câmaras técnicas não estão constituídas", disse. "A subsecretaria jurídica tem que trabalhar para o estado, e não para o secretário. Eu sou funcionário público, meus clientes são públicos, e a ação não pode ser parcial dessa maneira, com denúncias falsas."
O processo mencionado pode ser consultado na página do TJ-RJ, http://www.tj.rj.gov.br/.
Jornal Nacional - 31/12/2007
Por que a PF e o MP não agiram para identificar o caos na Central de Transplante e a melhoria da rede de captação, mas dedicaram-se obcecadamente em encontrar motivos para a prisão espetacular do Dr. Joaquim?
Quando o fígado que iria para Jânia Gomes, uma mulher pobre da Baixada fluminense, foi descartado pela Central de Transplantes em 31.1.2008, o Dr. Joaquim fez a seguinte afirmação ao Sidney Rezende na rádio CBN em 1.1. 2008:
"Nós estamos acompanhando a paciente desde o início. Ela não deveria estar na posição 253. Provavelmente, ela estaria na posição 20, 25. Isso porque eles não estão atualizando os exames. Esse sistema de gravidade é dinâmico. Independente disso, nós, como médicos, temos o dever de colocarmos um órgão em um paciente que seja compatível?, protestou Ribeiro."
Hoje é constatado que o Dr. Joaquim estava certo e que há até pacientes sem exames atualizados, mortos, em duplicidade e já transplantados na lista.
Como é possível avaliar quem está em qual posição na fila nestas condições? ninguém apura isso?
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
O fim da reportagem: Dr. Joaquim é uma obsessão
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