domingo, 28 de março de 2010

Afinal, qual é a posição da DOHE FÍGADO ?

Em janeiro de 2008, a DOHE FÍGADO, ADOTE, ARERJ, AMORVIT, PROJETO AMIGO SOLIDÁRIO e DOEAÇÃO reuniram-se com a coodenadora afastada (por erro em transplante de rins) da Central de Transplantes, Drª Ellen Barroso.

Dessa reunião saiu um "Manifesto", criticando a cobertura do Jornal Nacional - Globo e a postura do Dr. Eduardo Fernandes ao condenar o desperdício de um fígado, que iria para Jânia Gomes, lavadeira da Baixada Fluminense, mas que acabou sendo descartado (foi para o lixo) por decisão daquela coordenadora.

O Manifesto fala sobre o fato de se tratar de um fígado "marginal" e que "poucas" equipes trabalhavam com esse tipo de transplantes [ver nova postura do Ministério da Saúde sobre fígados "marginais" ou "limítrofes" e vejam quem lutava pela vida e quem estava contra ela - ver posicionamento do pioneiro desse tipo de transplante: Dr. Paul McMaster - ver declaração do Dr. Ben-Hur Ferraz Neto, atual presidente da ABTO, para a Revista IstoÉ em 1998].

O Manifesto faz questão de lembrar que o médico estava sob "suspeita", ou seja, conformou-se em repetir a posição da Coordenadora da Central de Transplantes e conclui:

Atenção para aqueles que só querem criticar! Aproveitem esta habilidade para sugestões com transparência dos fatos e informações sadias para a sociedade. Queremos ouvi-los com base científica ou, no caso das entidades, em nome de um saber adquirido na militância social, na vivência do dia-a-dia, na discussão e no aprendizado com àqueles que suportam, na prática, as conseqüências da má implementação das políticas públicas neste país e não para apenas jogar as farpas, como uma mera tentativa de formação da opinião pública. Não esqueçam que todos temos que ter responsabilidade com o que se fala a respeito de temas que envolvem o destino de vidas humanas, pois para quem está do lado mais fraco, é tudo ou nada! É fácil persuadir, intimidar e prometer o céu em nome de um "benefício". Porém, as conseqüências ficam a mercê do “cliente”, ou seja, se caso não dar certo, haverá uma justificativa para tudo. Não é assim que funciona?

Vejam o que a mesma DOHE FÍGADO comenta sobre a atual situação do transplante no Rio de Janeiro para o Jornal O DIA em 26/03/2010 (DOIS ANOS DEPOIS):
Além de lutar contra a doença, os pacientes são vítimas da burocracia federal e de um histórico de má gestão da Central de Transplantes do Estado. Todos os dias, as vidas dessas pessoas se cruzam em uma corrida injusta contra o tempo.

A gota d’ água aconteceu no dia 16 desse mês. Um fígado captado no HGB, que deveria ter sido transplantado na própria unidade, foi para Minas Gerais. As únicas duas equipes que realizam esse tipo de transplante no estado alegaram estar sem condições de fazer a cirurgia. Segundo o presidente da ONG Dohe Fígado, Carlos Cabral, a situação é gravíssima: os transplantes do estado estão praticamente parados.

Por que a ONG DOHE FÍGADO demorou tanto tempo para entender o que estava acontecendo com a Central de Transplantes do Rio de Janeiro, quando o Dr. Joaquim Ribeiro Filho e outras entidades demonstravam a ineficiência daquela Coordenação desde 2007 ???

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