sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ano Eleitoral ...

Sobre o PET - Programa Estadual de Transplantes do Rio de Janeiro.
Perguntas ao Sr. Secretário de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro, Sr. Sérgio Cortes, e à coordenadora do SNT, Srª Rosana Nothen:

1. Se era pra criar as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (Cihdotts), uma medida simples e eficiente, como mostra a Espanha, porque foram desmanteladas as OPO's (Organizações de procura de Órgãos) pelo mesmo secretário?
Ações do Dr. Joaquim Ribeiro indicando as soluções e os problemas da gestão dos transplantes no Rio: 2004(defesa das comissões intra-hospitalares (Cidhotts), 2006 (sobre o Cidhdotts), 2007(ineficiência na gestão), 2008 (Câmara Técnica)/2008(ineficiência da gestão)

Confissão do atual gestor da Central de Transplantes do Rio no próprio portal da Sáude do Governo do Rio:
O estado conta, desde o dia 15 de março, com quatro Cihdotts modelo nos quatro principais centros de trauma da rede estadual hospitalar: Getúlio Vargas, Adão Pereira Nunes, Azevedo Lima e Alberto Torres.
- Antes, as comissões trabalhavam na Central de Transplantes e agora ficam nos hospitais, onde estão em contato direto com os médicos que cuidam dos possíveis doadores e os familiares destes pacientes. Os resultados já surgiram. Se antes da implantação a média era de uma doação a cada sete dias, hoje temos um cenário onde é realizada uma doação a cada três dias -, explicou Eduardo Rocha.

Pergunta: Como as Cihdotts podiam atuar "na Central de Transplantes"? Atendendo telefonemas? Iniciativas como estas têm alguma coisa de novo?É preciso um Programa Estadual de Transplantes (PET- a sigla é importante) para dizer o óbvio?

2. Por que um Hospital "de referência" como o do Fundão (HCF) está sucateado e não há uma manifestação sequer do Ministério Público Federal? UM ESCÂNDALO! Porque a coordenadora do SNT, Rosana Nothen, não se manifesta aos jornais sobre isso? (ver: Transplantes: jogando para a arquibancada enquanto vidas se perdem)

3. Por que anunciar o "disque-transplante" como uma inovação se o problema do sistema de transplantes do Rio não é a doação, mas a ineficiência na manutenção e captação de órgãos? (ver: Sistema falho)

4. Por que anunciar um "hospital de referência" que SERÁ CONSTRUÍDO após as eleições, se o Rio já figurou entre os principais centros transplantadores do país sem "UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA". O Hospital será em Niterói? Já que o Secretário de Saúde também cuida da Defesa Civil, poderia avaliar se não seriam úteis medidas e recursos para redução dos impactos de desastres ambientes sobre a população de Niterói.
(Ver: A quem interessa acabar com o HCF "Fundão")

5. Há quanto tempo São Paulo vem sendo apontado como referência para a Secretaria de Saúde do Rio? QUATRO ANOS CONSECUTIVOS DE QUEDAS NOS TRANSPLANTES no Rio de Janeiro e o Secretário diz que não quer reinventar a roda? Verifiquem se, em São Paulo, encontram-se 100 MORTOS OU JÁ TRANSPLANTADOS NA LISTA DE TRANSPLANTES e se deixam 200 pessoas sem recadastramento (ninguém sabe o que aconteceu com elas). O QUE ACONTECERIA SE ISSO FOSSE EM SÃO PAULO? Será que o Ministério Público não teria algo a aprender com a ação dos promotores e procuradores de São Paulo? Será que a imprensa do Rio teria algo a aprender com a de São Paulo? Sem reinventar a roda.
São Paulo já mostrou que a inclusão de hospitais filantrópicos na rede dá ótimos resultados. Não queremos reinventar a roda. Isso é o que estamos fazendo aqui -, afirmou o secretário de Estado de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes.
(Portal da Saúde - Governo do Rio)

6. Por que a Central de Transplantes não fez o seu trabalho básico com competência? Ela precisa de um Programa Estadual de Transplantes lançado às vésperas de uma eleição, após QUATRO ANOS CONSECUTIVOS de queda nos transplantes para dizer o que todo mundo sabe que deve fazer uma Central de Transplantes? Quantas pessoas (adultos e crianças) morreram por isso?
(Ver: O diagnóstico que a mídia não faz)

7. Se os transplantes "vão continuar seguindo a lista", é importante impedir que 100 PESSOAS MORTAS OU JÁ TRANSPLANTADAS constem nela e que se esclareça aos jornalistas a complexidade de uma fila que é dinâmica (devido ao MELD). Mas é claro que os jornais não vão verificar se os hospitais cadastrados estão correspondendo às expectativas.

7. Desejamos sucesso ao Dr. Eduardo Rocha, embora tenha de se prestar a esse tipo de "modus operandi" político, baseado em kits midiáticos:
a)lance uma sigla (PET)que diga o óbvio,
b)anuncie "novos canais de comunicação" - um "disque-alguma coisa" como sinal de modernidade (mesmo que o problema não seja o da doação e sim o da captação),
c)anuncie algo como iniciativa de sua gestão (mesmo que você tenha sido responsável por desmantelar iniciativas anteriores- ninguém vai checar).Ex: Cihdotts (OPO's),
d) anuncie um projeto futuro de "referência" na área (os jornais vão esquecer do assunto)
e) faça isso às vésperas das eleições e aproveite para fazer propaganda dos avanços de sua gestão
(ver: situação dos hospitais no Rio)

Cada um desses itens podem ser checados no Portal de Saúde do Governo do Rio e na assessoria de imprensa feita por alguns grandes jornais, que são incapazes de fazer uma matéria investigativa sobre a gestão no setor de transplantes no Rio...Mas são muito competentes para produção de linchamentos midiáticos!

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