Vejam o que aconteceu quando a ONG Amigos do Transplante criticou a ação da Central de Transplantes do Rio de Janeiro. Foi intimidada pela PF (clique no link). Vejam este ofício de 2007(clique no link) da mesma ONG e o blog de Cora Vieira alertando para a desestruturação da Central.Em 2007!
Semana passada, mais precisamente em 15/01/08, uma terça feira 10hs da manhã, fomos chamados na Polícia Federal por estarmos reclamando através da imprensa, do mau funcionamento de nossa Central de Transplantes e do descaso de nossa Secretaria de Saúde.Nossos reclamos foram, e continuam sendo, contra a incapacidade do Rio Transplante, que ao longo do ano de 2007 atuou muito abaixo do esperado, além de haver desperdiçado vários órgãos, haja vista a redução sensível no número de captações/enxertos.(Trecho da Carta Aberta da Ong Amigos do Transplante)
O Dr. Eduardo Rocha está no caminho certo da reestruturação do órgão. Já reverteu a ação das Cidhotts, desmanteladas na gestão Ellen Ribeiro-Sérgio Cortes. Alguém, como ele, já deveria ter entrado há muito tempo na Central - e não no ano eleitoral, depois de 4 anos consecutivos de quedas nos transplantes, o que deixou o Rio em situação vergonhosa em nível nacional. Mas, ele precisa saber que as ações midiáticas eleitorais do Sr. Sérgio Cortes, secretário de saúde e defesa civil, só vão prejudicar o seu trabalho.
Transplantes: fila não para de crescer
Pacientes que aguardam por órgãos vitais no Rio veem fila de espera aumentar por falta de captação e lentidão na execução de cirurgias
POR CLARISSA MELLO
Rio - A dificuldade que a família de Tainá Belmont, 19, enfrentou na tentativa frustrada de doar os órgãos da jovem trouxe é mais um episódio de um grave problema no estado: o sistema de transplantes. De domingo até ontem, os pais da jovem lutaram, em vão, para satisfazer o último desejo da filha: ser doadora. Segundo a presidente da Federação das Associações de Renais e Transplantados do Brasil, Rosângela Santos, muitas doações deixam de ser feitas por falta de agilidade de captação. Ela afirma que a falta de transparência do sistema estadual prejudica quem está na fila.
“A dificuldade vem desde a não-captação do órgão por demora da Central, até a falta de informações em um sistema acessível à população. Hoje não sabemos o índice de sucesso de cirurgias feitas no Rio. Os dados não existem”, diz.
Como O DIA noticiou em 27 de abril, uma das medidas adotadas pela Secretaria de Estado de Saúde foi criar o Programa Estadual de Transplante. Durante o lançamento, o secretário Sérgio Côrtes informou que cinco hospitais privados seriam credenciados pelo Sistema Nacional de Transplantes para fazer cirurgias via SUS: Quinta D’Or e Adventista Silvestre (rim e fígado); Hospital das Clínicas de Niterói e Hospital São Vicente de Paula (rim); e Barra D’Or (coração).
Até agora porém, somente o Barra D’Or tem o credenciamento para realizar as cirurgias especiais. E as promessas de novo site da Central Estadual e novo Disque-Transplantes, que estariam funcionando na primeira semana de maio, ainda não saíram do papel. [Isso não é novo. Ver: Ofício da ONG Amigos do Transplante de 2007 ao Secretário e à Central de Transplantes denunciando o não funcionamento dos telefones e não atualização do site]
“Não estamos vendo mudanças. A fila de transplantes continua crescendo”, diz o presidente da ONG Dohe Fígado, Carlos Cabral. O fundador da ONG Rio Coração, Flávio Cure, lembrou que, desde o início do ano, somente dois transplantes de corações foram feitos no estado. “Existe uma estrutura no Instituto Nacional do Coração pronta para receber pacientes, mas eles acabam desistindo de fazer as cirurgias no Rio, pois a Central não é ágil”, lamenta o cardiologista.
Em meio a tantos desencontros, há ao menos uma luz no fim do túnel. Em junho, a equipe de transplantes de fígado do Hospital Geral de Bonsucesso deve voltar a realizar cirurgias fora do horário de expediente (que é somente às terças e sextas, de 8h às 18h). Os procedimentos estão suspensos desde 16 de março por falta de pagamento do adicional por plantão hospitalar (APH). Segundo o Tribunal Regional Federal, continua valendo a liminar que obriga o Ministério da Saúde a realizar o pagamento do APH a partir de 30 de maio.
“Doar era um desejo de minha filha que não consegui realizar”
“Ficamos em vigília permanente de sábado até a noite de ontem e em nenhum momento a Central Estadual de Transplantes entrou em contato conosco. Também não tivemos nenhum amparo por parte do hospital. É fundamental que as unidades tenham aparelhos para que a doação possa ser feita. Sei que não adianta mais para minha filha, mas algo deve ser feito para que no futuro outras pessoas possam se beneficiar. O que aconteceu foi um descaso do governo com doadores e receptores. O desejo de doar órgãos sempre foi um assunto amplamente discutido na nossa família, mas nos impossibilitaram de doar”.ADILSON DOS SANTOS, Pai de Tainá
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