A resposta publicada no jornal ou apresentada em rádio e televisão, garantida pelo agredido pelo Poder Judiciário, tem eficácia discutível. Mesmo que o respondente consiga se defender com os mesmos meios de agressão, a eficácia do desmentido é duvidosa.
(...)
A audiência é sempre rotativa. Pode ocorrer, também, que o receptor tome conhecimento do desmentido sem estar a par da agressão. A suspeita nunca desaparece. Mas os efeitos nefastos se multiplicam.
(...)
É importante deixar uma ideia central bem clara nestes casos: o recurso do desmentido, da justificação, significa uma retomada da mensagem negativa. Uma repetição dos eventos nocivos que ocorreram. É reagendar aquilo que você não quer que as pessoas discutam ou lembrem. O tema que será justificado já não é mais tão importante, tão pouco será visto como uma novidade pelos receptores. Isso significa, entre outras coisas, que a atenção dele está voltada para outra coisa. Afinal, por que resgatar para a discussão uma matéria fria, já discutida?
(...)
A melhor forma de resolver calúnias, difamações ou injúrias ainda é depender da boa-fé daquele que ofende, que por definição jurídica é um criminoso, e humildemente pedir para ele corrigir."
(Clovis de Barros Filho. A ineficácia do direito de resposta. Revista Filosofia n.63 editora Escala)
Bicho de Sete Cabeças
(Geraldo Azevedo)
Não dá pé
Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez ter feito
O que você me fez desapareça
Cresça e desapareça...
Não tem dó no peito
Não tem jeito
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem pé, não tem cabeça
Não dá pé, não é direito
Não foi nada
Eu não fiz nada disso
E você fez
Um Bicho de Sete Cabeças...
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