terça-feira, 22 de março de 2011

Memória curta

O PET (Programa Estadual de Transplantes) foi lançado em ABRIL DE 2010 (logo após o anúncio de que o Rio de Janeiro encontrava-se em um posição inadmissível no ranking de transplantes do Ministério da Saúde). Com pompa, o secretário Sérgio Côrtes anuncia a "solução" para o problema dos transplantes, inclusive com construção de um "hospital de referência" em Niterói.

Em MARÇO DE 2011 (praticamente 01 ano depois e, provavelmente, depois do novo ranking ao qual não conseguimos acesso) é anunciada a mais óbvia de todas as decisões ligadas à melhoria do setor de transplantes: a remuneração dos profissionais que participam desse processo.

Cabem algumas perguntas:
Por que isso ocorreu DEPOIS DE UM ANO DE LANÇAMENTO DO PET, quando se trata de uma MEDIDA MAIS DO QUE ÓBVIA?
Quantos morrerram na fila por essa demora?
Essa medida não estava contemplada no PET (o programa que trazia a "solução" para o transplante no Rio)?
QUE SECRETÁRIO DESMANTELOU AS COMISSÕES INTRA-HOSPITALARES e sua remuneração há cerca de 05 anos atrás (situação diversas vezes denunciada pelo Dr. Joaquim Ribeiro Filho)?


As ações da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro (secretário Sérgio Côrtes) têm sido deste tipo. É uma pena que os jornais tenham deixado de fazer certas perguntas e investigar. O mesmo pode ser dito do Ministério Público Federal.

Uma das denúncias contra o Dr. Joaquim Ribeiro Filho partiu de um procuradora com estreita relação com a direção do Hospital Geral de Bonsucesso (e uma vez revelada essa ligação, ela se afastou do processo). A pergunta que fica: Por que não há uma manifestação do Ministério Público Federal sobre a crise dos transplantes no Hospital Geral de Bonsucesso? Por que o Banco de Olhos não pôde ser instalado naquele Hospital?

Veja o que foi dito pelo secretário ao site Terra Brasil:

Secretário da Saúde vê transplantes como maior desafio no Rio
28 de março de 2011 • 22h57 • atualizado às 22h59
O secretário estadual de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Côrtes, admitiu nesta segunda-feira, durante o lançamento dos serviços de ressonância magnética e tomógrafo móveis, na Cinelândia, que o transplante de órgãos é o maior desafio de sua pasta. Segundo ele, hospitais da rede privada serão credenciados para fazer o serviço.


Mas isso já foi dito há um ano atrás com o lançamento do PET (Programa Estadual de Transplantes - a "solução' para os problemas do transplante no Rio de Janeiro)

A verdade é que as exigências do MPF tem sido desrespeitadas sem nenhuma conseqüência para a secretaria de saúde.

Mas, esse mesmo MPF se revelou bastante determinado e truculento com relação a um médico (sem que ele pudesse se defender do que o acusavam). Levou, a tira-colo, a Polícia Federal e vazou o que pôde de se suas escutas editadas (sem contexto e sem o contraditório) para que a mídia pudesse realizar, como gosta, o serviço completo de linchamento midiático.

Esses representantes do poder público fizeram o que puderam para calá-lo. Devem estar satisfeitos com o resultado. Pois, assistem a tudo isso calados.

22.04.10 às 01h03
Transplantes: Rio no fim da fila
Em um mês, 3 fígados captados no estado seguiram para Minas Gerais e São Paulo, porque médicos não são pagos


Rio - Trezentas e cinquenta e nove pessoas esperam por um transplante de fígado no Rio mas, apesar disso, órgãos captados no estado estão sendo enviados a outras unidades da federação. No último mês, três seguiram para pacientes em Minas Gerais e São Paulo.
“Os pacientes estão preocupados porque está tudo parado. O Hospital Geral de Bonsucesso só faz transplantes duas vezes por semana. E o Fundão está praticamente parado. Os pacientes que estão na fila estão sem perspectivas”, afirma Carlos Roberto Cabral, presidente da Dohe Fígado, associação que reúne pessoas que esperam por um transplante.

26/04/2010 19h19 - Atualizado em 26/04/2010 19h37
Rio ganha programa [PET] para aumentar transplantes de órgãos
Objetivo é diminuir o tempo de espera dos pacientes.

Estado ocupa o oitavo lugar no ranking nacional.

18/03/2011 às 01:00
Estado cria gratificação de R$ 1.500 para servidores da Central de Transplantes

Djalma Oliveira
O governador Sérgio Cabral criou, por meio de decreto, uma gratificação de R$ 1.500 para servidores da Secretaria de Saúde lotados na Central de Transplantes e membros de comissões intra-hospitalares. São médicos, assistentes sociais, enfermeiros e psicólogos que falam com as famílias sobre a possibilidade de doação e acompanham a realização dos exames para ver se o paciente com morte encefálica pode ser doador.

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