Quando usavam a Câmara Técnica para atacar os procedimentos do Dr. Joaquim Ribeiro Filho, mas não haviam feito, sequer, uma reunião dessa mesma Câmara desde que foi criada, ninguém quis apurar as responsabilidades...
Quando mais de 100 pessoas entre mortos e já transplantados foram encontrados na lista de transplante, todos, inclusive a mídia, fizeram de conta que não sabiam do que se tratava e quem eram, de verdade, os responsáveis pela lista...
Quando um recadastramento ridículo e completamente equivocado, do ponto de vista médico e dos protocolos do ministério da saúde, deixou de encontrar 200 pacientes que estavam na lista, ninguém perguntou pela vida deles...
Mas no caso do médico:
Rapidamente, colocaram a Polícia Federal e o Ministério Público Federal para fazerem escutas, editarem o material, passearem com fuzis pelo Hospital do Fundão e intimidarem membros da equipe de transplante...
Ameaçaram a Ong Amigos do Transplante, que questionava a ação da secretaria de saúde e da central de transplantes (hoje o Fundão está um caos), impediram que o médico se defendesse do que o acusavam, colocaram dezenas de policiais federais para retirá-lo de sua casa depois de avisar todos os canais de televisão...
Confiscaram seus computadores e documentos e os de todos os membros de sua equipe e se esbaldaram em linchá-lo e a toda a sua equipe em uma orgia midiática (o que deve ser a nova função de funcionários do Estado de Direito)...
Isto tudo, sobre um caso em que ele já havia sido absolvido por 21 X 0 no Cremerj (o que deveria lhe dar, ao menos, o direito à dúvida)...
A Polícia Federal escolheu o alvo errado, o problema errado, o delegado errado e os procedimentos errados. O mesmo pode ser dito do Ministério Público Federal (vejam, na matéria abaixo, que a ação é do Ministério Público Estadual). O sistema de transplantes está, praticamente, paralisado no Rio graças a esses senhores.
O Ministério da Saúde prestou-se ao trabalho oportunista de acusar o médico, jogando para a arquibancada, mas não toma uma medida sequer sobre o que ocorre na Saúde do Estado do Rio de Janeiro (e no Hospital do Fundão).
Vejam as matérias abaixo. Vejam como a própria mídia é "cuidadosa" ao fazer referência aos acusados...quanta diferença frente ao linchamento midiático do médico!
Escândalo? Quadrilha? Enriquecimento ilícito? Como disse o candidato ao governo do Rio, Fernando Gabeira: "eles fazem de conta que não é com eles!".
"Quem é generoso com os cruéis acaba sendo cruel com os generosos, diz o ditado."
Emergência?
Saúde gastou R$ 81 milhões sem licitação em 2009
Publicada em 12/07/2010 às 23h55m
O Globo
(...)
Em novembro do ano passado, a Secretaria de Saúde comprou - sem licitação - o antibiótico levofloxacino 5 miligramas, em bolsa de 100 mililitros, por R$ 19,20 a unidade. Dois meses antes, numa concorrência pública, a prefeitura de Porto Alegre havia pagado R$ 10,86 pelo mesmo produto. O estado do Rio pagou 77% a mais. No mesmo mês, o frasco de 10 mililitros de dipirona sódica 500 miligramas saiu a R$ 0,90 para a Secretaria. Em junho do mesmo ano, o medicamento - na mesma apresentação - custou R$ 0,37 para a Prefeitura de Maringá, no Paraná.
A reportagem compara o gasto do Rio com gaze (R$ 0,59 o pacote) à compra feita pela prefeitura de São Paulo, que, em 2010, pagou pelo mesmo produto a metade do preço: R$ 0, 29 cada pacote, numa compra feita em pregão. Se tivesse conseguido pela gaze o mesmo preço cobrado em São Paulo, o estado teria economizado - em uma única compra - R$ 2, 2 milhões (2.202.667,06).
(...)
No mês passado, o deputado estadual Marcelo Freixo (PT) entrou com um pedido de abertura de CPI na Assembleia Legislativa (Alerj) para investigar o superfaturamento e aditivos irregulares em contratos celebrados pela Secretaria Estadual de Saúde. Um das denúncias envolve a empresa Toesa Service Ltda, que faz a manutenção das ambulâncias do estado. O contrato, assinado por Cesar Romero, estabelecia que, pela manutenção preventiva de 122 ambulâncias, a Toesa receberia R$ 5.391.126, o que dá R$ 44.189 por cada uma. A Fundação Nacional de Saúde paga R$ 5.794 por cada uma de suas 195 ambulâncias. E o governo de São Paulo, R$ 1.644.
MP [Estadual] investiga contrato da Saúde estadual para manutenção de veículos de combate à dengue
Publicada em 03/05/2010 às 22h37m
O Globo
RIO - O Ministério Público (MP) estadual abriu nesta segunda-feira uma investigação para apurar irregularidades na Secretaria estadual de Saúde, que teria contratado uma empresa para fazer a manutenção dos veículos de combate à dengue com preços superfaturados. Segundo o promotor Leandro Navega, há indícios da cartelização na licitação. A empresa vencedora, a Toesa, receberia por ano quase R$ 5 milhões para cuidar da frota de 111 veículos - cerca de R$ 415 mil por mês. O pagamento foi suspenso em março, após denúncias de um servidor da secretaria. Ele fez as contas e percebeu que, com o gasto de manutenção dos veículos, seria possível comprar toda a frota - e ainda sobraria dinheiro.
- Quando percebi que o valor total da manutenção era o dobro do valor de mercado dos carros, vi que tinha algo errado - disse ao "RJTV", da Rede Globo, José Carlos da Cunha, que é tenente-coronel do Corpo de Bombeiros e pediu exoneração da secretaria.
Na entrevista ao telejornal, ele não mostrou o rosto, por estar sendo ameaçado.
(...)
A reportagem do "RJTV" descobriu outros indícios de irregularidades. A Multiservice, por exemplo, entrou no pregão para cuidar dos veículos, mas só faz manutenção de computadores. Já a ScarRio é especializada em peças de trator. Um dos sócios da empresa disse estar surpreso com a utilização do nome e do CNPJ da ScarRio no pregão.
- Usaram indevidamente a nossa empresa - disse Orlando Galvão ao "RJTV".
O responsável pelas licitações era o subsecretário-executivo da Secretaria estadual de Saúde, Cesar Romero Viana Júnior, que foi exonerado na última sexta-feira. Ele é primo de Verônica Viana, mulher do secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes.
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