quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Carta de Tereza Góis

Ao mais ilustre filho da família Freitas Ribeiro, cuja origem eu conheço muito bem,quero externar o meu repúdio ao sensacionalismo , mesquinhez e irresponsabilidades das autoridades envolvidas ao distorcer a verdade e os fatos para satisfazer o ego e a fogueira das vaidades dos que não sabem construir com dignidade o seu lugar ao sol.

No teu poema
No teu poema
Existe um verso em branco e sem medida
Um corpo que respira, um céu aberto
Janela debruçada para a vida
No teu poema existe a dor calada lá no fundo
O passo da coragem em casa escura
E, aberta, uma varanda para o mundo.
Existe a noite
O riso e a voz refeita à luz do dia
A festa da senhora da agonia
E o cansaço
Do corpo que adormece em cama fria.
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe o grito e o eco da metralha
A dor que sei de cor mas não recito
E os sonhos inquietos de quem falha.
No teu poema
Existe um cantochão alentejano
A rua e o pregão de uma varina
E um barco assoprado a todo o pano
Existe um rio
A sina de quem nasce fraco ou forte
O risco, a raiva e a luta de quem cai
Ou que resiste
Que vence ou adormece antes da morte.
No teu poema
Existe a esperança acesa atrás do muro
Existe tudo o mais que ainda escapa
E um verso em branco à espera do futuro.

CARLOS DO CARMO( fadista português)
Amiga e admiradora Tereza Góis

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