É assim que a Revista Época abre sua reportagem sobre a possível furada de fila de transplantes pelo fundador da Apple, Steve Jobs:
O fundador da Apple, Steve Jobs, de 54 anos, ganhou notoriedade, dinheiro e respeito por estar sempre à frente. Jobs inventou aparelhos complexos, mas de uso muito simples. Na semana passada, ele ganhou desconfiança, protestos e acusações por... estar mais uma vez à frente. Logo que foi divulgada a notícia de que ele teria feito um transplante de fígado, rumores de que havia furado a fila de doentes surgiram na internet com uma velocidade maior que a da Apple na venda de iPhones. Pode-se amar ou odiar Jobs. E há motivos tanto para um quanto para o outro. Mas as acusações, aparentemente, são bobagens.
Embora o sistema de transplantes nos Estados Unidos e no Brasil sejam diferentes, a reportagem relembra o caso do Dr. Joaquim Ribeiro Filho, mas acrescenta que ele foi absolvido.
Não é a primeira vez que uma celebridade se vê diante desse tipo de polêmica. Em 1995, o caso do jogador de beisebol Mickey Mantle provocou uma discussão nacional nos EUA. Ele foi operado em apenas um dia, mas ainda assim morreu dois meses depois, vítima de um câncer hepático. No Brasil, onde a fila por um fígado pode chegar a dois anos, também já surgiram escândalos de favorecimento. Uma operação da polícia federal chegou a prender um médico acusado de manipular a fila, mas ele foi absolvido.
No entanto, não vimos a notícia da absolvição na Revista Época, que manipulou levianamente reportagem sobre o médico no período em que esteve preso. Ver: Como errar e continuar errando ou como ser inconsequente com a vida alheia
Mas, nesse caso, Jobs chama seu médico para "explicar tudo".
A operação de transplante foi publicada pelo site do Washington Post no último dia 20, com a informação de que a cirurgia teria acontecido havia dois meses – mas a Apple, de novo, disse que era mentira. Três dias depois confirmou o transplante, mas não deu detalhes. Logo a onda de especulações sobre uma possível furada de fila tomou os fóruns e sites de tecnologia. Diante das acusações de favorecimento, a pedido de Jobs, o chefe de transplantes do Hospital Metodista Universitário, James Eason, divulgou uma nota explicando a situação.A fila dos EUA é organizada por ordem de chegada e também pelo estado de saúde do paciente. Para isso, eles passam por um exame de classificação que gera uma pontuação de 6 a 40 pontos. Quem tiver mais pontos será operado mais cedo. Segundo o médico, Jobs era o paciente mais grave naquele momento, e por isso recebeu o órgão primeiro.
E a Revista Época fica satisfeita:
Agora, encerrado o debate sobre a fila do transplante, retorna-se ao principal: quem está na fila para substituir o gênio adoentado à frente de uma empresa de US$ 135 bilhões que depende dele para quase tudo?
QUE DIFERENÇA COM RELAÇÃO AO CASO DO DR. JOAQUIM RIBEIRO FILHO E SUA EQUIPE.
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