Lucia Maria de Freitas Ribeiro.
mãe do Dr. Joaquim Ribeiro
Excelentíssimo Senador Eduardo Suplicy,
Eu, Lúcia Maria de Freitas Ribeiro, mãe de dez filhos, hoje com 79 anos, vi minha primeira filha, aos 18 anos, ser presa e torturada pela ditadura militar, durante 40 dias. Uma vez solta, ela continuou no Brasil, vivendo na clandestinidade atá a anistia, sem se refugiar no exterior, continuou na luta pela democracia. Foram anos de muito suplício, com a anistia, veio a esperança de melhores dias.
Agora, com o governo que eu esperava ser democrático, voltei a sofrer perseguições e arbitrariedades políticas, praticadas pela Polícia Federal. No dia 30 de julho passado, meu segundo filho, o médico Joaquim Ribeiro Filho, também militante do PT, foi preso por uma ação arbitrária da PF, pois contra ele, apesar de cinco meses de escutas telefônicas oficiais, nenhuma prova foi encontrada que a justificasse.
Envio o endereço eletrônico de um blog criado por pacientes, amigos e familiares de meu filho para que o Senhor possa conhecê-lo e tirar suas próprias conclusões sobre os fatos (http://transplantevida.blogspot.com/).
Fui filiada do PT, no Rio de Janeiro, desde sua fundação. Acreditei muito na pessoa do Presidente Lula, por quem trabalhei desde a sua primeira candidatura. Com todos esses acontecimentos pedi minha desfiliação do Partido, mas envio essa carta ao Senhor por admirá-lo e ainda ser a única pessoa do PT em quem acredito.
Concluo afirmando, estamos vivendo na ditadura da Polícia Federal, que considero igual ao SNI do regime militar.
Atenciosamente
Lúcia Maria de Freitas Ribeiro (CPF 076352847-11)
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