Rio, 23 de Agosto de 2008
Carta Aberta ao Exmo Sr Presidente da República e ao Exmo Sr Ministro da Justiça:
Eu, Lucia Maria de Freitas Ribeiro, brasileira, nordestina, 79 anos, mãe de 10 filhos, durante a ditadura militar, aos 42 anos de idade, vi minha primeira filha ser presa e torturada, aos 18 anos, na luta pela democracia e pela liberdade.
Sofri muito durante todos aqueles anos. Mas, naquele tempo, eu era nova, pude suportar e enfrentar aquele suplício.
Com a anistia surgiu a esperança.
Acreditei no PT, partido pelo qual sempre lutei e ao qual sou filiada, no Rio de Janeiro, desde a sua fundação.
Agora já idosa, sem as forças que tinha no passado, vivendo num país que se diz democrático, com um governo comandado pelo PT – Partido dos Trabalhadores – nunca imaginei viver os mesmos sofrimentos, angústias, medos, da época da ditadura militar, com as arbitrariedades que vem sendo praticadas pela polícia federal (que é órgão do Governo Federal, subordinado ao Ministério da Justiça) contra o meu filho, o médico e professor da UFRJ, Joaquim Ribeiro Filho, que dedica sua vida ao próximo, segundo os princípios do cristianismo.
Acredito e confio no Poder Judiciário, onde meu filho exercerá o direito de ampla defesa e espero ver realizada a justiça.
Assim, peço publicamente desfiliação definitiva do PT, partido no qual perdi totalmente a confiança.
Lucia Maria de Freitas Ribeiro
Do comitê:
Foi impossível não lembrar de Cartas da mãe. Uma crônica sobre o Brasil, nos anos mencionados pela dona Luci, contada através das cartas que o cartunista Henfil escreveu para sua mãe, Dona Maria. Estas cartas foram publicadas na Revista do Fradim, no livro Diário de um Cucaracha, na Revista IstoÉ e no jornal Pasquim.
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