domingo, 17 de agosto de 2008

Álvaro Rocha Filho - Crime que ameaça a cada um de nós

Crime que ameaça a cada um de nós

Alvaro Rocha Filho

A responsabilidade imposta pela condição inarredável e de cidadão e de quarenta anos de exercício da profissão de jornalista não me permite a omissão diante do crime cometido contra dr. Joaquim Ribeiro e seus auxiliares.

O crime - Destruição de reputação construída através de décadas, desestruturação de famílias, liquidação da respeitablidade profissional, vida financeira arruinada, humilhação pública e privada, difamação e desonra de pessoas como dr. Joaquim Ribeiro e sua equipe são crimes que ameaçam a cada um de nós, diariamente, em casa e no trabalho.

A freqüência cada vez maior indica que todos estamos submetidos ao arbítrio, à violência e prepotência em nome da legalidade. O sofrimento acumulado de situações equivalentes acentua o caráter hediondo do crime. A ostensiva tentativa de sua banalização impõe mais do que repúdio, denúncia e protesto. Seu caráter inaceitável atenta contra a segurança e a dignidade individual e coletiva. Encontrar os meios de dar uma basta é uma questão de sobrevivência.

Os criminosos – Caracteriza-se um conjunto de ações com o ostensivo objetivo de promover o livre exercício da prepotência, o abuso sem limite da autoridade a pretexto do combate à impunidade. Os agentes, autores e cúmplices do crime estão à vista na prática que se consagra da farsa de manipular a opinião pública. O Ministério Público criado para coibir os crimes contra a sociedade transforma-se num monstro que faz lembrar o SNI e Golberi do Couto e Silva. Mancomunado com a polícia, esta fiel ao fascínio genético pelo arbítrio, têm como aliados incondicionais os meios de comunicação, a cumprirem seu histórico papel na manipulação da opinião pública. Para tanto faz-se necessária a sacralização dos autores, agentes e cúmplices na consagração da pavorosa farsa. Promove-se o aplauso dos incautos, reduzidos à passividade dos bestializados, cuja credulidade ou insatisfação diante das injustiças cumpre sempre explorar. O crime tem dupla face – as pessoas e famílias diretamente atingidas e até destruídas e a sociedade como um todo, vítimas dos que foram criados para protegê-la.

Definir e identificar os interesses que se beneficiam dessa associação criminosa é ato de legítima defesa. Todos nós estamos em risco. A perversão das instituições, a descaracterização, perversão e degeneração dos padrões normativos de conduta e crença são indicativos de anomia, o que induz à justiça pelas próprias mãos, e à anarquia.

Além do protesto – O imperioso protesto, a indispensável denúncia não suficientes para deter perigo de tamanha grandiosidade. Como reparar o irreparável? Há que se encontrar os meios e mecanismos de responsabilizar os que se engrandecem do arbítrio com objetivos criminosos. É urgente que se sensibilizem e mobilizem organizações de jornalistas, juristas togados ou não, parlamentares, associações profissionais e comunitárias para que se estruturem os instrumentos de defesa da sociedade e de cada um de nós, enquanto há tempo . É mais do que evidente que se desencadeia um processo de obtenção do consenso ao arbítrio. Não há porque correr os riscos de repetir os exemplos de insanidade coletiva. Esta é uma questão tão urgente quanto a busca pelo pão de cada dia. Ninguém está livre de que um beleguin, com respaldo dito legal do Ministério Público e cobertura espalhafatosa dos meios de comunicação entre por sua porta a dentro e destrua sua vida e sua família. Dr. Joaquim não pode ser apenas mais um à espera de muitos outros. Temos que encontrar – e já – o nosso Émile Zola.

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