"Meu dever é falar, não quero ser cúmplice. Minhas noites seriam atormentadas pelo espectro do inocente que paga, na mais horrível das torturas, por um crime que ele não cometeu."
(texto extraído do Manifesto "Eu acuso" escrito por Émile Zola em 13 de janeiro de 1898 sob a forma de uma carta ao Presidente da República quando o capitão Alfred Dreyfys foi injustamente acusado e condenado pelo Estado francês. Neste Manifesto, o grande escritor francês ataca nominalmente os responsáveis pelo erro judicial que levou ao processo e à condenação, os especialistas em grafologia culpados de « relatórios mentirosos e fraudulentos.» Ele ainda acusa uma campanha de imprensa mentirosa, bem como os dois Conselhos de Guerra: um tendo condenado Dreyfus baseado em uma peça mantida em segredo, enquanto o segundo inocentou sabidamente um culpado. Mas, acima de tudo, ele proclama desde o início a inocência de Dreyfus e conclama os intelectuais franceses a se expressarem contra a injustiça. A emoção é forte, ocasionando um movimento da opinião pública. Vários intelectuais assinam uma petição em favor da revisão do processo, publicada pelo L'Aurore. Entre eles, Anatole France, Octave Mirabeau e Claude Monet. Diante das evidências apresentadas pela eloquência de Zola e outros intelectuais, o processo é revisto e Zola publica já em 1899 no jornal l'Aurore o artigo Justice.)
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