sábado, 9 de agosto de 2008

Antigamente, amarravam-se as mãos...

Algum jornal "apurou" qual era, exatamente, o "esquema" que foi "desmantelado"?
O delegado usou o termo "quadrilha"?
Lembrem-se que o "esquema" envolvia o pagamento de "propina de 200 mil reais" (valor que chegou a 250 mil dependendo da "apuração" dos jornais).

Onde estão os 200 mil? Onde estão os sinais de "enriquecimento ilícito"? [ver matéria do próprio O Globo em seus 80 anos sobre o Dr. Joaquim]

E agora o Ministério Público Federal faz acordo com três dos profissionais denunciados, por ele mesmo, de fazer parte da "quadrilha" em que eles pagam "multa" (quase uma doação)? A outra opção era a delação (?) e eles optaram por multa?

Esses profissionais não merecem alguma consideração depois do que passaram?

O Dr. Eduardo só não fez o acordo porque participou "diretamente" da operação de Carlos Augusto de Alencar Arraes.

Mas não era um "esquema" tenebroso de "venda de lugares na fila de transplante" e de "laudos falsos" feito por uma "quadrilha" que recebia "propina" de 200 mil e que foi "desmantelada"?

Agora, depois de uma série de perguntas sem resposta, um nível zero de apuração, uma precária informação do leitor sobre a situação dos transplantes (e os responsáveis por ela), um denunciado preso sem ter sido ouvido, pretende-se prendê-lo de novo?

Antigamente, um "condenado" tinha apenas suas mãos amarradas.
Agora, isso não parece o suficiente. É preciso silenciá-lo também?
Pior: é preciso falar enquanto ele é silenciado, pois haverá a certeza de que tudo será publicado?

Resta algo ainda: antigamente não havia jornais...

E o que dizer de blogs de jornalistas respeitáveis que saíram reproduzindo em suas páginas a notícia? Suas experiências não lhes disseram nada? Será que leram direito o que foi publicado? Alguns não somente reproduziram, como tiraram também suas próprias conclusões condenatórias publicamente.

Nenhum comentário: